Casa do Barão de Caetité
Situado na Rua Barão, no centro da cidade de Caetité - BA,
Por:
Maria de Fátima Novaes Pires
A Casa do Barão pode ser classificada como um dos casarões mais antigos e centrais da cidade de Caetité. Segundo AGUIAR (2019, p. 72) “José Antônio Gomes [pai] aproveitou-se do fato de que a Igreja Matriz de Caetité estava interditada 'por ter uma mulher dado uma facada na dita Matriz e aver sangue', para enviar um requerimento ao arcebispo da Bahia, em 1833." A referida menção a fato ocorrido no ano de 1833 comprova a construção ainda mais recuada da Casa.
Fotografias externas da Casa do Barão de diferentes períodos históricos
Segundo Inventário do IPAC – CIC/BA, 1979, p. 41 (In: Moura, 1999, p. 35), a Casa é descrita como um “Edifício de relevante interesse arquitetônico, que conserva um apreciável acervo de bens móveis. Devido a topografia do terreno, a casa se eleva, na parte superior, sobre um porão. Na parte posterior esquerda existe um anexo de serviços. O telhado de três águas teve os seus beirais, nas fachadas principal e lateral, eliminados e substituídos por calhas. A frontaria apresenta uma porta central e seis janelas com caixilharia em guilhotina. Os vãos do corpo principal têm vergas abauladas com cercaduras de madeira; enquanto o anexo, vergas retas. A fachada posterior exibe seis janelas rasgadas, com gradis em balaústres de madeira. A casa é quase integralmente assoalhada e forrada. A sala anterior esquerda possuía revestimentos em papel parede, e o salão de jantar, barras de pintura policromada (...).
São variadas as histórias em torno da Casa, algumas delas já estão documentadas em trabalhos acadêmicos. Cito os “atos solenes”, documentados em meu livro Fios da Vida (2005), quando o Barão e a Baronesa, alforriaram coletivamente escravizados de seus domínios. Pude observar eventos mais prosaicos, a exemplo de serviços médicos, prestados por Rodrigues Lima, genro do Barão, no meio da madrugada para tratar escravizado adoentado. Outros tantos trabalhos se uniram a este. Uma biografia do Barão de Caetité foi desenvolvida por Lielva Aguiar, defendida como tese de doutorado no PPGH/UFBa (2019), com detalhes importantes para situar o cotidiano da vida naquele espaço. Outros estudos seguiram essa senda, com destaque para trabalho de vaqueiros, tropeiros e demais negócios ali tratados. Via de regra, são trabalhos desenvolvidos em universidades do Estado da Bahia nos últimos dez anos. Em todos eles, é possível localizar informações as mais diversas da centralidade da Casa do Barão na história de Caetité e dos sertões da Bahia.