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Mausoléu dos Cotrim

Rua Professor Hélio Negreiro

     Esse estudo propõe analisar as ruinas de um jazigo remanescente do século XIX, localizado na base do Morro do observatório, hoje rua prof. Hélio Negreiro, construído nas proximidades do cemitério do Santíssimo Sacramento, extinto por ocasião das políticas higienistas do século XIX. O Jazigo do tipo Mausoléu é datado conforme inscrição na sua fachada do ano de 1870, foi construído para sepultamento dos membros da família Cotrim, encontra-se hoje e em situação de total abandono e risco de desabamento.

Foto 03  Frontal do Mausoléu dos Cotrim com datação de 1870. - MASB AMASB.jpeg

Frontão triangular com inscrição com iniciais e ano do Mausoléu dos Cotrim.

Por:

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Diane Stela Neves Alves - Especialista em Gestão do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental e Historiadora (UNEB VI), membro AMASB, Coletivo MIS e APMC, atuando na área de patrimônio, cidade, memória e museu e atua na diretoria executiva AMASB; Poliana da Silva Gomes -Mestra em Educação, com pesquisa na Relação Museu-Escola; Especialista em Gestão do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental e membro AMASB e Historiadora (UNEB VI) atua na coordenação do Educativo MASB.

     Foi o Capitão Inocêncio Fagundes Cotrim, coletor municipal quem mandou erigir o Mausoléu por volta de 1870 onde foram depositados os restos mortais da sua esposa, Dona Amélia Angélica Fagundes Cotrim e da sua filha Maria da Glória. O fato curioso é que o mausoléu foi erguido fora dos muro do cemitério, fato que desperta indagações a respeito dessa atitude por parte do proprietário, sendo ele católico, não cumprir com as tradições eclesiásticas e cristãs de então, de ser enterrado em solo santo, ad sanctus. Conforme pesquisa no APMC, Inocêncio Fagundes Cotrim deixa registrado em testamento como último desejo, que fosse enterrado no Mausoléu onde já se encontrava sepultadas esposa e filha, deixando recomendada além da missa de corpo presente, mais cinco missas para sua alma e dos parentes já falecidos e a recomendação explícita para um enterro simples “posto que decente , todavia, sem pompa”. A escolha do mausoléu se deu com base na ideia de registro de um monumento histórico e sítio arqueológico que se encontra em péssimo estado de conservação, necessitando de intervenção, restauração e medidas protetivas para seu entorno. O processo de transferência dos cemitérios do Santíssimo Sacramento e São Benedito para fora do perímetro urbano, após serem interditados pela diretoria de higiene em 1990, contribuiu para que houvesse um abandono total do Mausoléu. Após a desativação dos cemitérios, imediatamente de deu a abertura e ampliação de ruas no local, a Hélio Negreiro, antiga Rua Nova, a rua São João e a ocupação da área por uma população desprivilegiada econômica e socialmente , instalando no local botecos, bordeis, transformando o local em uma área proibida, dessa forma o local foi sendo ocupada de forma desordenada, por ser uma área pouco valorizada do ponto de vista imobiliário, possivelmente por ter sido construída sobre o remanescente dos cemitérios que aí existiam.

    O objetivo da pesquisa é examinar um Jazigo especial, o Mausoléu dos Cotrim, último exemplar de sepultura que sobrevive a desativação definitiva dos cemitérios que circundavam os locais cemiteriais de Caetité em 1890. A abordagem está relacionada aos estudos cemiteriais, a arqueologia funerária e a arquitetura tumular, pretendendo-se levantar características desse jazigo, definindo o estilo construtivo empregado, tipo de materiais e técnica correspondente relacionando com o status socioeconômico do seu proprietário e por fim o seu registro como um sítio arqueológico urbanos no IPHAN para fins de salvaguarda e garantia de políticas públicas de preservação e conservação.

Foto 01: Frontão triangular com inscrição com iniciais e ano do Mausoléu dos Cotrim. Foto 02: Vista dos Mausoléu dos Cotrim atual. Foto 03: Vista Panorâmica de Caetité no século XIX. Foto 04: Construção de área de caixa hidráulica na Frente do Mausoléu dos Cotrim. Foto 05: Acesso ao Mausoléu dos Cotrim com muro indicando invasão de área.

Motivo da escolha do sítio:

     A escolha do Mausoléu se deu com base na ideia de registro de um monumento histórico e sítio arqueológico que se encontra em péssimo estado de conservação, necessitando de intervenção, restauração e medidas protetivas para seu entorno. O processo de transferência dos cemitérios do Santíssimo Sacramento e São Benedito para fora do perímetro urbano, após serem interditados pela diretoria de higiene em 1990, contribuiu para que houvesse um abandono total do Mausoléu. Após a desativação dos cemitérios, imediatamente de deu a abertura e ampliação de ruas no local, a Hélio Negreiro, antiga Rua Nova, a rua São João e a ocupação da área por uma população desprivilegiada econômica e socialmente , instalando no local botecos, bordeis, transformando o local em uma área proibida, dessa forma o local foi sendo ocupada de forma desordenada, por ser uma área pouco valorizada do ponto de vista imobiliário, possivelmente por ter sido construída sobre o remanescente dos cemitérios que aí existiam.

Saiba mais:

Diane Neves e Poliana Gomes
Mausoléu dos Cotrim

Fontes:

APMC : documento impressos e manuscritos

• Registro de Óbito C- 03 Caixa 11 23/03/1883
• Atas das sessões da Câmara Municipal - Data limite 1881- Maço-04- Caixa- 01
• Memorialistas: Helena Lima Santos
• Série Autos Cíveis, subsérie registro de testamento data limite 1868-1920.

Fotografias:
• Diane Stela Neves;
• Poliana da Silva Gomes
• José Roberto Sertenge ( Fotos k)
• APMC;

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