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Sítio arqueológico do Hospício 

situado entre os povoados de Aroeiras e Paraguai -Distrito de Pajeú dos Ventos 

     O sitio arqueológico em questão apresenta uma grande quantidade de materiais cerâmicos, porcelanas, objetos de metais, dando a entender que no local já residiu famílias com poder aquisitivo considerável , donas de vastas extensões de terras, remontando aos séculos XVIII e XIX. A localização estratégica do sítio ( em um ponto alto que possibilita uma visão panorâmica) e os restos de materiais atestam assim que existiu uma casa grande e possivelmente possuidora de pessoas escravizadas.
 

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FOTO 03- Altar original da Igreja São Sebastião

Por:

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Eleandro Viana da Silva. Professor de História, Gestor do patrimônio histórico, cultural e ambiental. Artesão escultor com foco no reaproveitamento de madeiras para produção de peças diversas, esculturas, etc. Reside atualmente em Caetité.

     Infelizmente praticamente inexistem pesquisas arqueológicas ou mesmo historiográficas sobre este sítio, mesmo contendo uma infinidade de objetos que detém informações preciosas sobre o processo de ocupação e povoamento do espaço. As memórias que guardo dele advém das muitas histórias que meu avô materno contava sobre a casa que lá existiu e seus moradores. Segundo ele, se tratava de uma casa enorme com móveis todos feitos em madeira nobre e de tamanhos gigantescos, a exemplo de uma mesa de cozinha que media 7 metros de cumprimento, além dos diversos "criados " que por lá moravam e trabalhavam, cuidando do gado e da roça, dos meeiros que trabalhavam "de meia" e das muitas louças que a família possuía e que demonstrava todo seu status.
 

     Assim como grande parte dos sítios arqueológicos de nosso município, este sítio está em estado avançado de degradação e consequentemente de desaparecimento, uma vez que pouquíssimas pessoas o conhecem enquanto fonte valiosa de estudo historiográfico sobre o processo de ocupação daquele espaço e consequentemente do Alto Sertão, através dos resquícios de peças cerâmicas, metais e porcelanas. Somado a este desconhecimento da população local, existe a falta de políticas públicas eficazes que deem conta da necessidade urgente de restauração e preservação do patrimônio edificado desse local, que é a Capela de São Sebastião, que está em ruínas, e que se não fosse o empenho do Sr Zequinha e sua família no zelo pela capela, fazendo os reparos e manutenção, a mesma já teria desmoronado. Como se não bastasse, a capela assim como o sítio arqueológico, ficam na encruzilhada entre vários empreendimentos eólicos lá instalados, comprometendo seriamente a paisagem do lugar, o bem-estar e sossego das pessoas, através dos barulhos das hélices e agravado o processo de desorientação geográfica dos moradores locais dentro do seu próprio território. Assim sendo. A “energia limpa”, longe de promover autonomia econômica e desenvolvimento sustentável das comunidades rurais, tem agravado ainda mais as desigualdades sociais e acelerado o empobrecimento das mesmas.

FOTO 01 – Vestígios do alicerce da Casa Grande do Hospício;  FOTO 02 – Lápides de pessoas sepultadas no interior da Capela São Sebastião; FOTO 03- Altar original da Igreja São Sebastião; FOTO 04- Quadro original de São Benedito pintado em tecido e restaurado pelo IPAC; FOTO 05- Quadro original de São Sebastião pintado em tecido e restaurado pelo IPAC;  FOTO 06- Antiga bancada de marceneiro utilizada outrora pelo zelador da Capela, Sr.Zequinha.

Motivo da escolha do sítio:

    A escolha do sítio está bastante ligada com as minhas memórias de infância, tanto pelo fato de meu avô ter sido criado por uma das  famílias que lá residiu quanto pelo fato de todos os anos, nos festejos de São Sebastião e nas folias de reis, eu ir visitar a capela, contígua ao sítio arqueológico.

Referências:

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